Entendendo-se por “sistema”,
um “todo” constituído por múltiplas partes, interdependentes e
complementares entre si, que se encontram ao serviço desse “todo”, podemos
afirmar que do sistema educativo e do
seu maior ou menor dinamismo e flexibilidade, depende o maior ou menor avanço
de uma sociedade e, consequentemente, de cada país.
Como “máquina” complexa mas
dinâmica que é, o seu melhor ou pior funcionamento depende da eficiência com
que para ele contribuem todas as suas partes. A sua condição de
interdependência coloca, assim, a sua maior ou menor vitalidade, à mercê do bom
funcionamento de cada uma das suas múltiplas partes, o que lhe acarreta uma
grande vulnerabilidade já que basta que uma das partes funcione menos bem para
que todo o sistema se ressinta e seja afectado.
Nas sociedades contemporâneas, na
sua grande maioria já assimiladas pela globalização, o conhecimento é o recurso
mais importante e, como tal, aquele que é capaz de pilotar a dianteira da
evolução contínua em que vivemos e que é, cada vez mais, condição de
sobrevivência económica de qualquer país, independentemente do seu grau de
desenvolvimento. Este conhecimento alicerça-se em vários pilares: na inovação e
no empreendedorismo, na sua capacidade de se generalizar e chegar ao maior
número possível de cidadãos e na potencialidade de se replicar e gerar novo
conhecimento, mais elaborado e complexo que o anterior.
É nesta corrida, contra a
exclusão e marginalização mundial, completamente nova e ainda sem soluções
seguras e alcançáveis no horizonte, que cada país ou espaço económico tenta
posicionar-se, com os recursos humanos, financeiros e tecnológicos de que é
detentor, que é de fundamental importância a vitalidade e adequação do seu
sistema educativo. Não é a ele que a sociedade atribui a responsabilidade de
formação do seu capital cultural, social, inovador e empreendedor?
Na tentativa de servir a
sociedade, tornando-a mais robusta, resistente e capaz de enfrentar as novas formas
de sobreviver, neste planeta, pautadas por um presente ameaçador e um futuro
ainda mais sombrio e inseguro, tem sido uma preocupação dos governantes, seja à
escala de cada país, seja à escala dos grandes espaços económicos, por um lado
modernizar, flexibilizar e estender, no tempo e no alcance, a acção dos seus
sistemas educativos e, por outro, dotar
os territórios de meios capazes de disseminar esse conhecimento, vital,
no século XXI, à generalidade dos seus territórios. Só assim parece
possível estender o conhecimento, veiculá-lo na lógica de “muitos para muitos”
e, criando condições para o desenvolvimento da inovação e do empreendedorismo, replicar
conhecimento e torná-lo o recurso capaz de fazer progredir cada país, cada
sociedade.
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